O que são as “canetas para emagrecer”?

Nos últimos anos, o termo “caneta para emagrecer” se popularizou. Redes sociais, influencers e até celebridades começaram a exibir resultados rápidos com o uso de substâncias injetáveis aplicadas semanalmente ou diariamente — como o Ozempic e o Saxenda. Mas afinal, qual é a diferença entre elas? Qual funciona melhor? E para quem são indicadas?

Mais do que uma solução estética, esses medicamentos são fármacos para tratamento de condições sérias, como diabetes tipo 2 e obesidade crônica, e não devem ser utilizados sem orientação médica.

As principais canetas e suas indicações

Ozempic (semaglutida)

• Indicação original: Tratamento de diabetes tipo 2.
• Efeito colateral usado com fins estéticos: perda de apetite e emagrecimento.
• Posologia: 1 aplicação semanal.
• Status no Brasil: Aprovado pela Anvisa para diabetes, mas não para emagrecimento.
• Problemas: Muitas pessoas usam por conta própria, gerando falta do medicamento para quem realmente precisa.

Saxenda (liraglutida)

• Indicação: Tratamento de obesidade (IMC ≥ 30 ou ≥ 27 com comorbidades).
• Aprovado para emagrecimento: Sim.
• Posologia: 1 aplicação diária.
• Mecanismo: Reduz o apetite e promove saciedade.
• Status no Brasil: Aprovado pela Anvisa.

Wegovy (semaglutida em dose maior)

• Versão da semaglutida específica para obesidade.
• Aprovada nos EUA para emagrecimento, mas ainda não disponível no Brasil (em 2025).
• Mostrou até 15% de perda de peso em 68 semanas, segundo estudos.

Mounjaro (tirzepatida)

• Nova geração: atua em dois receptores (GLP-1 e GIP).
• Resultados impressionantes em testes clínicos: perda de até 20% do peso corporal.
• Aprovada para diabetes. Uso estético ainda em discussão.

Comparativo rápido

📊 Comparativo rápido
Caneta	Uso Aprovado no Brasil	Aplicação	Ação no Apetite	Indicação Primária
Ozempic	✅ (diabetes)	1x por semana	Alta	Diabetes tipo 2
Saxenda	✅ (emagrecimento)	1x por dia	Alta	Obesidade
Wegovy	❌ (não no Brasil)	1x por semana	Muito Alta	Obesidade
Mounjaro	✅ (diabetes)	1x por semana	Altíssima	Diabetes tipo 2

Como funcionam?

Essas medicações imitam o hormônio GLP-1, que regula o apetite e os níveis de glicose no sangue. Ao se ligar aos receptores do sistema digestivo e do cérebro, promovem saciedade precoce, reduzem o apetite e retardam o esvaziamento gástrico — ou seja, você se sente satisfeito com menos comida.

No caso do Mounjaro, há ainda o estímulo do receptor GIP, que amplifica a ação no metabolismo.

Efeitos colaterais e alertas importantes

• Náuseas, vômitos, diarreia, constipação.
• Risco de hipoglicemia em combinação com outros fármacos.
• Possível perda de massa magra se não houver alimentação adequada e musculação.
• Em casos raros: pancreatite, problemas renais, pedras na vesícula.

E o mais importante: sem reeducação alimentar e movimento físico, a chance de reganho de peso após o término do uso é altíssima.

Histórias reais

• Marina, 34 anos, usou Saxenda com acompanhamento médico e perdeu 10kg em 4 meses. “Mas o que segurou meu resultado foi o treino funcional 3x por semana e uma alimentação regrada”, diz ela.
• Eduardo, 40 anos, usou Ozempic sem prescrição, sofreu náuseas intensas e perdeu 6kg — mas recuperou tudo em 2 meses após parar o uso. “Achei que era milagre. Mas sem mudança de hábito, não tem milagre que funcione.”

Emagrecimento sustentável ainda é o caminho mais seguro

A ciência tem evoluído e esses medicamentos podem ser ferramentas valiosas para quem tem indicação clínica, principalmente em casos de obesidade com risco à saúde.

Mas para o público geral, em busca de emagrecimento leve ou moderado, a combinação clássica continua imbatível: alimentação equilibrada, treino funcional e cuidado emocional.

Conclusão

Antes de pensar em canetas, pense em constância. Em hábitos. Em um plano que respeite seu corpo e seu tempo.

E se, em algum momento, o uso medicamentoso for necessário, que seja com orientação, responsabilidade e suporte completo.